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france bresil 1986

No México 1986, a equipa de futebol francesa de Michel Platini triunfou sobre a grande equipa brasileira de Sócrates, em Guadalaraja (México) nos quartos de final do Campeonato do Mundo (1-1 , 4-3 tabs). O próprioPelé descreveu-o como o "jogo do século". 

Em primeiro lugar, é uma partida que se conta através das suas muitas aventuras: a clareza do golo de Careca, a troca antecipada que manda Amoros para a direita e coloca Fernandez de volta no meio, o pênalti de Zico defendido por Bats (74º), os dois montantes brasileiros (32º e 70º), a falta grosseira e não sancionada por Roberto Carlos em Bellone (115º), o remate falhado no golo de Platini, os ressaltos no de Bellone, a conclusão de Luis Fernandez...

 platini méxico 1986


A BELEZA DESTE FUTEBOL

Ambas as equipas adoptam a mesma disposição - não táctica, mas filosófica. Confiam apenas em si mesmas para vencer, nas suas imensas qualidades individuais e colectivas. Concordam em jogar, em jogar o jogo, não em fechá-lo. Estão constantemente expostas, cada oportunidade de um lado abre a possibilidade de uma oportunidade do outro. Para os franceses, será o fim de uma enorme geração, sem sucessão: quatro anos sombrios começam. Em retrospectiva, vemos o seu declínio ao vivo. Os seus dois maiores talentos sofrem, Michel Platini de tendinite (joga sob anti-inflamatórios), Giresse dos seus trinta e três anos (ainda brilhante contra a Itália, desaparece rapidamente contra o Brasil). Trocaram apenas seis passes durante os 83 minutos jogados em conjunto.

Sócrates também é enxaguado, Zico também é ferido, reduzido ao papel de brincalhão. Estes jogadores não deixarão de fazer a oferta de passes como tantas pancadas de génio. Zico mal entrou no jogo, na acção do penalti; Platini a poucos minutos do tempo, parou do círculo central, para lançar Bellone entre os dois defensores centrais. Visão, execução. 

Foi dito com razão que, nesse dia, a "Carre Magique" tinha recuado uma linha: Battiston, Bossis, Tigana e Fernandez inventam-na. E é ainda para ignorar a actuação, destinada a tornar-se lendária, de Joël Bats. Não o suficiente para tirar do panache do grupo, cada jogador de fora de campo, excepto o Battiston, tendo chutado à baliza. 

 França Brasil 1986

THE END OF ROMANTIC FOOTBALL

Este jogo celebra menos a beleza da França da era Hidalgo-Platini do que a beleza do encontro entre esta França e este Brasil. Alguns grandes jogos são o resultado de uma oposição total de estilo, este é o resultado da harmonia entre duas equipas.

O talentoso meio-campo da França mostrou-o ainda mais durante os oitavos-de-final, como em 1982 para contemplar o seleçao daqueles anos em todo o seu esplendor. 

zico platini 1986

O Brasil e a França ganharão outros Campeonatos do Mundo para além deste, rompendo com uma filosofia que as "apostas" do futebol moderno já não permitirão. Para ambas as selecções, 21 de Junho de 1986 é o fim da ilusão romântica, empurrada na medida do possível - até à disputa de pênaltis. A final será ganha num estilo completamente diferente pela Argentina de Maradona.

É isto que torna a lenda deste jogo, muito além do que se pode ver na sua gravação, mesmo além do que objectivamente o estabelece como excepcional - a coincidência da questão desportiva, da qualidade de actuação e da intensidade dramática.

fernandez henri michel 1986

Tem tudo para um jogo histórico, a expressão última de uma forma de conceber o futebol antes de uma completa mudança de época, a última antes da revolução táctica, atlética e sobretudo económica que está a avançar.

Uma bola de futebol desapareceu em Guadalajara. Não se arrependa, mas lembre-se disso.

Junte-se a nós na celebração destas duas equipas, 

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